quinta-feira, 3 de maio de 2012

Conhecendo a floresta - Parte I

Num belo dia eu a vi como nunca mais veria. Tudo começou quando, corajosa e despretensiosamente, eu me afastei do centro da cidade, onde morava, e caminhando, e pensando, num liiiiiindo dia de sol, fui dar nos arredores da cidade.

Foi sentado num café, quando as leituras já não me distraiam, que levantei lentamente meus olhos e a vi, a  mulher mais bela que eu havia visto neste mundo. Ela estava parada a minha frente, a uma certa distância, mas a sua presença era tão extensa que mesmo a essa distância me chegava o seu cheiro. Eu nunca havia sentido nada igual, não se tratava de um bom perfume qualquer, mas era o odor natural de uma virgindade, inconfundível, que não fazia sentido algum em estar ali, naquela parte da cidade.

O sol a iluminava toda. E eram tão perfeitas, sinuosas e harmônicas as suas partes, que eu só sabia que ela as tinha por obra intelectual, pois olhando para ela, dessa vez eu não via partes. Juro que mal vi os mais maravilhosos seios e o templo da bunda com os quais a mãe natureza havia presenteado esta filha, porque ela toda, transcendia o meu olhar comum.

Nesse dia, de nosso primeiro encontro, o irmão vento se divertia junto com seu resplandescente irmão mais velho. Assoprava-a por todos os lados. Ao redor do seu corpo, dava voltas, em suas copas buscava, sem sucesso, embaralhar-lhe os cabelos crespos e viçosos e quando soprava por baixo, me inebriava com o cheiro de terra fresca, fértil.

Não me era permitido ficar indiferente a ela. Desta vez não tive que me esforçar para fazer ou não fazer algo. Simplesmente me levantei e, a passos lentos me dirigi decididamente a ela. Lembro que demorei a chegar. Foi aí que percebi que era a sua imponente que a fazia parecer próxima, enquanto distante. Assim, nesse primeiro dia, não a alcancei, embora tenha me apresentado. Ela, com esse jeito próximo-distante, me faz caminhar muito mais do que eu desejava, mas também tornou suave o que era uma caminhada íngreme.

Meu desejo era voltar a ela muitas vezes. Sentencie-me a esse destino incerto com a maior das alegrias. Não contei a ela sobre meus propósitos para que ela não me tivesse já por seu. Mas ao tocá-la enquanto me despedia, senti-a impassivelmente sabendo o que se passava comigo.

...

(Continua...em algum ditoso dia futuro!)

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