quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

"Tudo o que não se regenera, está condenado"

Trechos de Edgar Morin no Roda Viva em 2000, e comentários:

"Viver de morte, morrer de viver" (Heráclito)

"Os humanistas têm um moinho, mas quem traz os grãos é a ciência."

"A cultura não deve ser imposta, e sim oferecida."

"Meus livros atingem aqueles que já tinham dentro de si a virtualidade de pensar aquilo que penso"

"Quanto mais individualismo, mais individuação, mais a pessoa tem medo da morte. Tem medo da morte porque sabe que ela é a destruição do "Eu"."

"Para aceitar a vida, para viver, é preciso correr o risco da morte."

"Existe uma utopia negativa que visa a um mundo SEM. Sem conflitos, sem danos, sem violência, sem diferenças. Esse é um desejo atroz."

Comentário: O Direito, guardadas as devidas proporções, incorre no mesmo problema, quando seus aplicadores somente reconhecem nas pessoas as diferenças que estão contidas nos requisitos da lei (e nas diferenciações que essa conseguiu conceber em seu tempo remoto de criação e com todas as limitações da busca de antever o futuro) e de resto as tratam igualmente, não importa as diferenças que possuam. É um preço alto demais para se pagar pela busca de imparcialidade, afinal existem caminhos menos atrozes.

A parte central de seu pensamento, no ano de 2000, segundo Edgar. "Tudo que não se regenera, está condenado."

"O prazer das releituras é um dos maiores prazeres da vida"

"A solução está em algo "Forte como a morte""... Mas só vai saber a resposta quem ler o livro de Guy de Maupassant ou ver o video da entrevista.


Grande garoto, esse Edgar... Dá prá ver que é um garoto pela vitalidade dos gestos, pela empolgação e alegria ao falar e pela jovialidade das ideias. Talvez as ideias, sejam como o 'estranho caso de Benjamin Button'- que nasceu velho e morreu novo - e vão - ou podem ir - rejuvenescendo ao longo do tempo. Se  gerando novamente por repetidas gerações de evolução da compreensão. Se o novo é sinônimo de frescor, flexibilidade, vitalidade, abertura, desenvolvimento, a mente-bebê de Edgar é uma agradável companhia e inspiração para nós.

Outra audição sobre o Envelhecer:

"A coisa mais moderna que existe nesta vida é envelhecer,
A baba vai descendo e os cabelos vão caindo prá cabeça aparecer..."


3 comentários:

  1. O que não são as idéias algo mais prazeroso e desafiador que nos fazem ter o estímulo maior em viver, principalmente quando se emprega esta gama de idéias em favor do coletivo?
    Estimulante, inovador e vivaz...Importante para alma...

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    1. Concordo. Mas isso quem nós ensina é a maturidade. Nos possibilita a olhar a vida com menos ilusão, a aceitar as coisas e acontecimentos com menos sofrimentos, entender com mais tranquilidade e a querer tudo com mais intensidade.

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  2. "Não quero morrer pois quero ver
    Como será que deve ser envelhecer..."...

    Não quero morrer, pois quero ver rejuvenescerem as ideias tal como vc descreveu aí no texto. Vai ver é isso, o peso que elas vão ganhando imprimem força e vitalidade ao corpo que, inevitavelmente, esmorece...e então ele se pode manter jovem, jovem de alma (pela beleza das ideias), como faz o Edgar!
    (Quero ser assim)!

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